Uma das minhas grandes fontes de inspiração é a arquitetura. Acho que herdei essa paixão da minha irmã, que se formou em arquitetura e costumava me contar sobre as coisas que estava estudando.
Quando viajo, observar a arquitetura local é uma das coisas que eu mais gosto: através dela podemos compreender mais sobre os hábitos culturais e sociais em diferentes regiões e épocas da história. Curto observar como foi pensado aquele espaço, os materiais utilizados, a integração com a natureza, os espaços internos que fogem do comum.
Esse treino do olhar é muito interessante para quem trabalha com design, moda e outras áreas criativas e visuais. É um trabalho contínuo que ajuda a construir nossas referências estéticas e adiciona repertório de criação.
Ontem eu vi um documentário sobre o Frank Lloyd Wright, um dos expoentes da arquitetura americana. Modernista, ficou conhecido por ter desenvolvido um estilo orgânico, buscando integrar de forma harmônica as construções com o ambiente/natureza ao redor.
Infelizmente o documentário não está mais disponível… Ele explorava a trajetória de Wright, desde suas raízes familiares no país de Gales, sua vida no centro-oeste americano, sua relação com a natureza, seus valores como arquiteto. Se eu encontrar um novo link vou atualizar aqui!
Acho interessante ver a trajetória dessas personalidades. Wright trabalhou até o fim da vida, e algumas de suas obras mais conhecidas foram projetadas num momento mais maduro / tardio da sua carreira, como por exemplo a Casa da Cascata.

O projeto é de 1934, Wright já tinha 67 anos. É considerada uma das mais belas casas já construídas. No documentário é possível ver o interior da casa, cujo mobiliário foi também desenhado pelo arquiteto. É bem interessante também a maneira com que ele integra elementos da natureza ao edifício, como por exemplo o piso que imita a textura da água sobre as pedras (no exterior da construção).
O Museu Guggenheim em Nova York também foi dos seus últimos projetos. Diferente dos museus habituais, onde é comum se perder em diversas salas, Wright projetou o edifício de forma a propor um percurso unificado e aberto. As obras são expostas ao longo desse percurso, uma maneira diferente de apreciar a arte. O grande vão do edifício propõe um descanso ao olhar.

Curti muito conhecer outros projetos do arquiteto, como a igreja Unity Temple. O exterior do edifício é no mínimo curioso, predomina o uso do concreto. Mas o interior se revela acolhedor e intimista.

Outro projeto que eu amei conhecer foi a sede da empresa SC Johnson – Johnson Wax Headquarters. Além do edifício, novamente todo o mobiliário interno foi criado pelo arquiteto. Achei surpreendente o trabalho com as colunas, que passam a impressão de formar uma espécie de “bosque”, em conjunto com a iluminação natural que entra pelo topo do edifício. Deve ser incrível conhecer esse espaço ao vivo, que foi considerado um dos melhores lugares para trabalhar no mundo.

E você, o que te inspira?